A partir de 1959,
aproximadamente, devido às restrições físicas impostas por uma hérnia de disco,
o artista passa a trabalhar em seu ateliê. Sua paleta de cores assume tons mais
sombrios e surgem os carretéis como tema para sua pintura. Através desses objetos,
reminiscências de sua infância, o artista acessará mais tarde o abstracionismo.
"Símbolo, signo, personagem – o carretel -, brinquedo da minha infância, e
agora, nesta fase, tema da minha obra, está impregnado dos conteúdos do meu
mundo." (p.99, Camargo) Os carretéis tornam-se uma presença forte e
recorrente em sua obra. Ao longo de quase 40 anos, eles surgem, ora
transfigurados em signos, ora através de referências mais sutis, tornando-se
linhas rápidas, quase imperceptíveis, como em Tudo te é falso e inútil V, de
1993: "O carretel, esse ente industrial, foi o tema, o personagem do meu
drama pictórico". (p.27, Lagnado)
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